Como Nos Conhecemos
Viviane: Eu já tinha visto Larissa com uma prima dela, que se chama Joyce, que também é uma colega minha, mas eu não conhecia ela, só tinha visto. Eu achava que ela era uma menina muito chata, muito fresca, muito patricinha... porque ela levava o patins dela pra escola, ela e a prima, e todo mundo ficava babando ovo por elas. Aí eu pensei que ela se achava, porque todo mundo corria atrás dela pra andar naqueles patins.
Em 2010, quando começaram as aulas, no primeiro dia eu cheguei na sala, sentei, e eu vi ela chegando na minha sala também. Quando eu vi a mochila dela eu percebi que era Larissa, aquela menina patricinha, e ela estava na minha sala!!! Que droga.
Ela sentou logo atrás de mim. Aí eu pensei: Nossa, não acredito, ela foi sentar logo atrás de mim. Tanto lugar pra sentar. Eu acho que eu tenho a cabeça um pouco grande, e como ela é chata, ela vai brigar comigo. Que saco. Eu olhava algumas vezes pra trás, e ela quase sempre estava se virando pra enxergar a lousa.
Ela tinha uma caneta igual a minha. Um dia ela perdeu a tampa da caneta dela, e como eu tinha uma igual, ela pensava que eu quem tinha pegado dela. Aí eu fiquei muito brava com ela. Eu já achava ela chata, e agora isso? Foi a gota d'água.
Mas mesmo assim, nesse primeiro dia de aula, mesmo ela achando que eu ficava tampando a vista dela pra lousa, e mesmo ela me acusando de ter pegado a tampa da caneta, eu comecei a conversar com ela. E aí eu comecei a me aproximar, nem sei porque. Eu achava ela chata, mas depois de um tempo eu fui vendo que ela não era aquilo que eu pensava, fui me adaptando, e aí ela começou a falar comigo, eu mudei minha opinião sobre ela e percebi que ela era uma ótima pessoa. E ficamos amigas, assim, desde o primeiro dia de aula, até hoje.
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Larissa: Eu estava na quarta série, não conhecia Viviane. Entrei na sala no primeiro dia de aula e vi uma amiga que tinha estudado comigo no ano passado, Elidiane (todos chamavam ela de Lídia). Não tinha lugar pra sentar perto dela, exceto na fileira do lado, e eu sentei ali. Eu ficava conversando com ela quase o tempo todo, e quando tinha lição eu não conseguia enxergar direito, porque tinha uma menina na minha frente que tapava minha visão da lousa. Ô coisa chata.
Ela conversava um pouco com Lídia também, e como eu era tímida, só falava se falassem comigo. Ela começou a conversar comigo, e eu fui achando ela legal. No dia seguinte era meu aniversário, e ela me deu parabéns, e eu achei aquilo gentil. Aí comecei a conversar muito com ela.
Em um dia a professora passou um trabalho em dupla. Lídia já tinha dupla, então eu fiz com Viviane, até porque ela era legal. Mas aí eu notei que a tampa da minha caneta tinha sumido, e ela tinha uma caneta igualzinha e com tampa. Muita coincidência, não? Aí tivemos nossa primeira discussão. Mas depois eu percebi que estava sendo idiota, e que não tinha motivo pra culpar ela sem ter certeza. Afinal, ela tinha me dito que não foi ela, então tudo bem. Fizemos as pazes, e depois desse dia foi briga atrás de briga e eu te amo atrás de eu te amo, e estou levando. Sempre que preciso, me humilho até ela perdoar. Já cheguei a pedir desculpa cem vezes seguidas (sério). Porque ela é cabeça dura mesmo, mas é sensível, e qualquer coisa a magoa, mas eu gosto dela desse jeito, e não vou deixar nenhuma discussão nesse mundo estragar tudo. Qualquer coisa pode ser resolvida com uma conversa. Eu acredito nisso, e estamos conseguindo manter a amizade até hoje. Se já mantemos até aqui, o que vai destruir isso? Acredito que nada. C=